A fala do Presidente Obama, no Fórum do Centro de Convenções Brasil 21, patrocinado pela CNI, AMCHAM Brasil e Cúpula Empresarial Brasil – EUA reuniu cerca de 200 pessoas, majoritariamente Empresários Brasileiros, Americanos do Norte, Jornalistas e Membros das equipes dos Governos Obama e Dilma Roussef.

O Presidente enalteceu a democracia, e afirmou confiar na maturidade do Brasil como sétima economia do mundo, alicerçada em estável e moderna democracia.

Resumiu que os acordos; "memorandos de entendimento" que firmou, duas horas atrás, no sábado 19 de março, com a Presidente do Brasil, foram balizados em quatro pilares, a saber:

1. Energia, incluindo petróleo do pré-sal e biocombustíveis renováveis
2. Educação, com fomento a inovação, parcerias e intercâmbios em diversas áreas
3. Assuntos de cooperação econômica entre os dois Governos (criada Comissão entre os dois Países para discutir comércio)
4. Infra-estrutura, com o apoio do Governo Norte-Americano na captação de investidores, sobretudo para as olimpíadas e copa do mundo, ocasião em que com bom humor falou que embora triste por Chicago não ter ganho a sede das olimpíadas, ainda assim estará engajado no evento brasileiro.

Exercendo carisma e atuando com simplicidade e bom humor, lamentou estar vindo ao Brasil pós-carnaval, mas, afirmou que essa reconexão é necessária para o aperfeiçoamento das relações bilaterais em política, cidadania e comércio.

Ficou muito claro que os Estados Unidos da América tencionam comprar "toda a energia que um País estável como o Brasil puder produzir em fluxos contínuos para os EUA", e o desejo dos americanos em utilizar etanol na aviação.

A América do Norte importa por dia, mais de 8 milhões de barris de petróleo, sendo 4 milhões do parceiro Canadá , fornecedor de petróleo betuminoso de qualidade muito sofrível, sob o ponto de vista ambiental, cerca de 1.500.000 de barris do México, ainda mais 1.500.000 barris da Venezuela e o restante oriundo do Brasil e Oriente Médio (Sauditas).

O Etanol Brasileiro de cana poderá ser decisivo para elevar as qualidades do petróleo Americano e Canadense, e o nosso petróleo do pré-sal significa a chance dos norte-americanos negociarem, com menos pressão, com países que consideram inamistosos politicamente.

O Presidente Obama abriu o evento com uma frase de efeito, dizendo: "O Brasil já é um País, ator global de respeito, que já chegou ao futuro, contando com uma classe média expressiva que crescerá mais".

Na área de Educação, esperamos que venham a surgir intercâmbios, prevendo trocas de conhecimentos científicos entre os dois Países(qualificação, treinamento, inovação, pesquisa, etc).

No campo das Energias, os Estados Unidos em 2022, usarão 140 bilhões de litros de etanol,sendo 60 bilhões provenientes do milho e 80 bilhões com origem na cana-de-açúcar e no etanol de 2ª geração (celulósico), fortalecendo, na prática, o conceito de economia de baixo carbono.

Na realidade, precisamos nos preparar para o atendimento de demandas iminentes, tanto internamente, como em exportações. Vale lembrar que existe em nosso ordenamento jurídico, a Lei 8.176 de 8 de fevereiro de 1991 que em seu Artigo 4°, fixa; "Fica instituído o Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis", onde o Poder Executivo Federal, caso cumprisse a Lei, encaminharia ao Congresso Nacional, dentro de cada exercício financeiro, o Plano Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis para o exercício seguinte.

Como se observa, não são necessários tantos novos "marcos regulatórios", mas sobretudo o cumprimento de leis existentes. Desta forma, sairíamos do amadorismo para uma postura com ação mais planejada, que seguramente acarretaria mais estabilidade à cadeia produtiva do sucroenergético e todo seu cluster.

Confiamos que ainda há tempo do planejamento se materializar, deixando de gerar óbices à criação e manutenção de inúmeros empregos.

* Presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do
Álcool no Estado de Pernambuco – SINDAÇÚCAR