V Fórum Nordeste Energias Renováveis

Renato Cunha*

Um projeto nascido em 2006, notadamente entre o Grupo EQM e o SINDAÇÚCAR, elaborado com muita disposição, afinco e tenacidade vem se tornando uma quase cimeira, assumindo ares que já o credenciam no calendário do país, em eventos da espécie, envolvendo estudos de tendências de produção e consumo de energias, reunindo anualmente em Recife, autoridades de Governos, das academias, do mundo empresarial privado, do terceiro setor e principalmente um público interessado nos destinos climáticos da humanidade.

Naturalmente, é claro; temos muito a melhorar, a aperfeiçoar, com vistas a perseguirmos o estudo contínuo e a difusão de tecnologias de última geração, como por exemplo, o etanol de celulose da palha da cana, melhoramentos genéticos das matérias primas em agroenergia, assim como maior otimização da capacidade de geração de bioeletricidade das indústrias de cana-de-açúcar, dentre outros temas mantenedores da sustentabilidade que os biocombustíveis praticam, sob o ponto de vista econômico, social e ambiental.

Nestes quase seis anos, o fórum contou com grande entusiasmo por parte de usinas associadas do SINDAÇÚCAR-PE, além da incansável determinação do presidente Eduardo Monteiro e equipe, não sendo desnecessário, ou piegas, ao contrário, por justiça, citarmos o apoio que sempre presenciamos na temática, envolvendo Paulo Pugliesi, o Editor Henrique Barbosa, Joanna Costa e Equipe do Marketing, além de Américo Góis e de todos que cooperam na modelagem do evento, com zelo e muita determinação em buscar-se o melhor.

Nestes anos, tivemos muitos painelistas e mediadores que muito contribuíram para o Fórum se firmar, como evento inovador e que a cada ano se renova, buscando sempre o conhecimento acumulado e seu compartilhamento, com todos os que perseguem diretrizes, socialmente inclusivas, nas emergentes economias do Baixo Carbono.

Em 2012, submeteremos à Folha, linha de trabalho compatível com a realização, no mesmo ano, da Rio+20, vinte anos pós a Rio 1992, que seguramente abordará temas, tais como: novos padrões de consumo, mais naturais, oriundos de não emissores de poluentes, de empresas empregadoras de trabalho decente, segundo padrões da OIT, assim como de agentes produtores que economizam água e não se envolvem em corrupção.

As teses e práticas dos serviços ambientais, certificados e que valorizam, monetariamente, a preservação do meio-ambiente devem ter destaque no Rio+20, assim como os estudos dos efeitos nefastos das energias nucleares, principalmente pós Fukushima.

No mundo da energia do petróleo, acreditamos que as conjugações e misturas entre etanol e gasolina se consolidarão, á luz do que já vem ocorrendo na directiva Européia dos transportes (10% até 2020), nos Estados Unidos com misturas em percentuais em torno de 10%,assim como numa série de outros países, como o pioneiro, Brasil com 18 a 25%, Índia em 2017 com 20%, Colômbia e Angola em níveis de 10% e Canadá e Argentina com 5% dentre outros.

Outra abordagem deve considerar pesquisas em favor dos múltiplos destinos e usos do etanol, não só em automotores, mas em aviação, bioplásticos, geradores, perfumes e cosméticos, áreas fármaco e medicinal, solventes e produtos de limpeza, além de bioeletricidade, alcoolquímica e biodiesel.

Os rumos da moderna Economia Verde, acreditamos, sejam amadurecidos em 2012 no Rio de Janeiro, ocasião em que estaremos atentos à contribuição que o segmento sucroenergético fornecerá, e, em particular o Nordeste do país, ávido, e com imenso potencial e know-how a ser desenvolvido, o que ocorrerá, quiçá mais cedo do que todos nós esperamos.

* Presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do
Álcool no Estado de Pernambuco – SINDAÇÚCAR

 

* Presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco - SINDAÇÚCAR
(rcunha@sindacucar.com.br)