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Adensamento Produtivo e Tecnológico de uma Cadeia de Grande Valor: Pró-Etanol |
Renato Cunha* |
No Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC, estamos acompanhando, e, tentando colaborar por meio de nosso fórum nacional sucroenergético, da agenda setorial, Pró-Etanol, fruto de capítulo no programa industrial brasileiro; denominado de "Brasil Maior". A esperança é que o estudo do MDIC obtenha respaldo no Planalto, onde a Presidência da República possa implementá-lo. O bioetanol, a partir de 2008, chegou a ponto de inflexão em sua trajetória, tendo expandido cerca de mais de 130% entre 2000 e 2008, fenômeno, drasticamente estancado, com a crise internacional. Por outro lado, somos todos sabedores que o nosso País utiliza na gasolina nacional, de forma acertada, o anidro, tanto economicamente, por se tratar de produto mais barato (etanol), misturado à gasolina, mais cara, como do ponto de vista, do benefício ambiental, que nos permite, inclusive poder respirar nas grandes cidades. Por conseguinte, o Brasil, além de ter investido historicamente na produção do açúcar, a despeito das disparidades regionais, criadas, sobretudo por diversas razões, no passado, ainda assim, o Setor consegue manter produção em duas épocas de safra distintas e complementares, o que favorece e barateia o abastecimento interno do país, e, a geração de excedentes exportáveis, criando vigor no balanço de divisas do país. Integrar o programa; “Brasil Maior”, pode ser o embrião do soerguimento, em bases, tecnologicamente, mais eficientes, do pró-etanol, com aperfeiçoamento mais estratégico da cana-de-açúcar, como geradora de energias limpas e renováveis. Nessa agenda, será necessária a revisão, justa, das assimetrias tributárias do etanol em relação ao melhor equilíbrio, que a gasolina conta atualmente. Afinal, o governo federal trata com naturalidade inexplicável, tentando até em Medidas Provisórias, alavancar e tributar uma prerrogativa de maior espaçamento para a CIDE do etanol, onerando-a, quando em contrapartida descumpre os destinos de aplicação da mesma CIDE com destino a investimentos na indústria do etanol. Se agisse para retroalimentar a existência da produção; poderiam ocorrer, via investimentos diretos, por exemplo, a reformatação do programa de equalização canavieira do Nordeste, destinado às canas próprias e de fornecedores, com aperfeiçoamentos na estruturação do programa, vinculados ao alcance de incrementos de produtividade. A agenda deve assim, incentivar crédito planejado, para investimento por usinas e seus fornecedores em ampliação de canaviais, a fim de programarem a oferta das matérias-primas nos próximos dez a vinte anos, em compatibilidade com o zoneamento agrícola da EMBRAPA e paripassu com as projeções de demanda. Ainda, desenvolver políticas efetivas de medidas permanentes para investimentos em estoques de produtos finais. Evoluir em estudos, ainda que de forma alternativa, quanto à venda direta do hidratado ao canal final (postos de combustíveis), e das atuais regras de comercialização, evitando-se o "passeio" desnecessário de fretes e aproximando-se os elos da cadeia, com vistas a maior estabilidade de preços ao consumidor e melhores preços à cadeia de produção. Analisar e revisar a competitividade da có-geração; a Bioeletricidade, visando a uma maior e melhor participação da fonte limpa, na matriz energética. Consolidar estudos para aumento de produtividade, também na pesquisa agrícola canavieira e no etanol celulósico. Criação de programas de qualificação de mão de obra e de qualidade dos atuais processos agroindustriais, com treinamento nos moldes do PROMINP, que prepara, gratuitamente, mão de obra para as indústrias do petróleo e gás natural. Estímulos aos programas de melhoria para a indústria de bens de capital, principalmente nos "retrofits" que objetivam modernização de equipamentos agroindustriais. Fomentar modelos inovatórios, competitivos, mecanizados, onde for possível, para cada ambiente de produção, principalmente objetivando incremento de eficiência e redução de custos e perdas no corte, carregamento e transporte (CCT). Dinamizar à Bioálcoolquímica, com estímulos à Biorrefinarias e Alcoolquímica (plásticos verdes, biopolímeros medicinais, etc). Articular desenvolvimento de novos produtos no setor e gerar sensibilidade na indústria fabricante veículos quanto ao ED-95; o diesel etílico, verde para ônibus urbanos. São mais do que itens de uma agenda de desenvolvimento, são metas,
factíveis, para a indústria de cana-de-açúcar, geradora de mais de 1,2
milhão de empregos diretos, contando em seu agricluster com cerca de
70.000 produtores de canas independentes (fornecedores), atuando em
alimentos, energia e bioalcoolquímica, colaborando com um país que
conta com agricultura tropical, referencia em performance com relação à
agroenergia mundial, com faturamento, direto, no país de mais de R$ 60
bilhões por safra, sendo cerca de R$ 7 bilhões no Nordeste do Brasil. * Presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do
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Presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do
Álcool no Estado de Pernambuco - SINDAÇÚCAR (rcunha@sindacucar.com.br) |